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Mesmo com entrave chinês, venda de brinquedos avança


[7/6/2011 12:33:52]

Indústria tenta superar desleal concorrência da China reduzindo os preços e oferecendo vasto leque de produtos.

Depois de anos em crise e luta árdua contra as importações chinesas, a indústria de brinquedos finalmente aponta para um porto seguro. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, a expectativa para o setor em 2011 é de um crescimento de 15% em relação ao faturamento do ano passado (R$ 3,1 bilhões) e o mesmo percentual de retomada de market share frente aos chineses.

O país asiático ainda é a dor de cabeça dos fabricantes nacionais. Hoje, o mercado brasileiro está dividido entre 55% de participação da indústria local e 45% do fabril chinês. "A gente vem recuperando espaço nos últimos três anos. Mas é um processo de mudança difícil. Eles têm que ser enfrentados quase à tapa mesmo", desabafa Da Costa.

Tributação
A concorrência acirrada é resultado de planos econômicos no Brasil colaborativos à China, como a redução da alíquota de importação, há uma década atrás. A realidade tributária no Brasil permite aos importadores quase 50% de vantagem no câmbio, que a indústria nacional não tem, e mais 15% de vantagem para desembarque nos portos secos do país inteiro. Além disso, quem fabrica por aqui é obrigado a pagar uma taxa de juros de 3,5% ao mês. Ao mesmo tempo, o concorrente paga somente 2,9% ao ano. Diferenças abismais. "Como se não bastasse, o meu país dá ao importador uma possibilidade de uma Aduana que não tem nenhum controle e não sabe desembaraçar brinquedo, o que acaba em um subfaturamento de 40% na operação normal. É melhor parar por aqui pra não falar em sonegação e na bandalha toda que tem", alerta o presidente da Abrinq, referindo-se aos contrabandos. Ao final, os brinquedos importados acabam mesmo por conquistar preços menores, aspecto que para o consumidor é decisivo. Parte do ganho de mercado da indústria brasileira se deu justamente pela tentativa de popularização do brinquedo.

Neste ano e no ano passado, o setor conseguiu reduzir o preço de todos os ítens e vender quase 70% de todo brinquedo no Brasil até R$50,00. Mas as estratégias não param por aí.

A meta é investir mais R$ 200 milhões em modernização das fábricas e lançar novos produtos que conquistem os consumidores.

Synésio Batista
Presidente da Abrinq
Fonte: www.abrinq.com.br